Como Veneza é o lugar de descansar, hoje eu acordei bem mais tarde. Nas outras cidades eu sempre acordava mais cedo, para aproveitar o tempo para pesquisar alguma coisa, blogar ou mesmo para sair mais cedo. Aqui resolvi desacelerar total e aproveitar o que me resta de férias...
De todo caso, depois do café da manhã seguíamos para a estação de vaporetto quando passamos pelo Mercato Rialto, o mais importante mercado de frutas, hortaliças e frutos do mar de Veneza. Ficamos alguns minutos observando a variedade e qualidade dos alimentos. Na europa de uma forma geral as frutas são bem mais frondosas do que as do nosso país. Além de haver frutas aqui que no nosso país há apenas em conserva ou só podem ser encontradas no Mercado Municipal de São Paulo.
Depois do mercado tomamos o vaporetto para Murano. Murano é uma ilha ao nordeste de Veneza. Alí são produzidos vidros artesanais famosos no mundo todo, além de muito bonitos. Lá pudemos adentrar uma fábrica e acompanhar, por alguns minutos, o processo de fabricação dos vidros. É bem interessante, embora lá dentro faça muito calor. Apesar de não cobrarem entrada, fomos convidados a visitar a loja deles. São obras de muita beleza, mas também de alto preço. São verdadeiras jóias.
Em uma outra loja de vidros, das muitas que existem em Murano, vimos belos lustres. Eu cedi às minha curiosidade e perguntei o preço de um deles. O rapaz me disse que estava na promoção. Apenas 20.000 euros (vinte mil euros), ou seja, cerca de 50 mil reais (apenas um). Na hora me lembrei do Palácio de Versalhes na França. Lá existem salas repletas desses belos e caros lustres...
Almoçamos em Murano mesmo. Sentamos em um restaurante às margem de um canal e eu pedi macarrão. Dinha pediu peixe e batatas. Ambos estavam saborosos, já a conta, meio salgada.... Depois do almoço andamos pela ilha para conhecê-la melhor. É igual àquela onde estamos hospedados. Mesma arquitetura, mesmas cores, mesmas ruelas.
Depois de Murano, fomos para Lido, a ilha mais ao sudeste de Veneza, onde tem a praia. Foi uma viagem um pouco demorada, de vaporetto. Logo na chegada vimos que ali é bem diferente. Circulam carros, motos, bicicletas e até ônibus. As ruas são largas, assim como os passeios (que não existem nas demais ilhas). Contudo o clima é o mesmo. Calmo, simpático e charmoso.
Andamos da estação até a praia (atravessamos a ilha). Na praia há uma grande portal e dentro uma boa infraestrutura. Já a praia em si, para os nosso padrões, pode ser considerada feia. A água é meio barrenta (lembra as praias de Aracajú), além disso há muitas conchas na margem da praia. Pelo menos num tem um pagodão tocando e umas piriguetes rebolando. Assim como o resto da cidade, é um lugar calmo, onde as pessoas vão para descansar e aproveitar a praia. Eu achei os biquinis lindos (e as mulheres também, claro), entretanto reconheço que meu gosto para biquinis é meio peculiar, sobretudo para um brasileiro. Portanto acho que a maioria dos homens brasileiros não iam admirar os biquinis que as mulheres usam aqui, afinal as mulheres aqui tem respeito próprio.
Para resumir, é uma praia. Não tem aquela beleza que esperamos quando pensamos em praia, mas é agradável e a água até que não é muito fria não. Molhei os pés nela e achei confortável, mas não ao ponto de me seduzir para dar um mergulho, fiquei pela arreia mesmo, assim como Dinha.
Depois da praia tomamos um sorvete. Por sinal o sorvete aqui é muito bom, tem por todo canto e é significativamente mais barato que em Roma, onde é igualmente popular. Ficamos sentados alí por alguns minutos e depois tomamos o vaporreto de volta para o centro. Desci algumas estações antes para poder andar mais pela cidade e, de repente, encontrar alguma coisa nova. Acabei passando por uma Igreja bem legal, onde pudemos entrar gratuitamente, embora não tenha podido fazer fotos lá dentro. Uma igreja bem bonita, sobretudo sua parte interna.
Uma obra dentro da igreja me chamou muita atenção. Trata-se de uma escultura onde mostra escravos negros carregando nas costas uma espécie de sacada onde estavam santos, anjos e demais integrantes do sacro. Achei um obra ousada e corajosa e fiquei surpreso de ver uma obras daquelas dentro de uma igreja.
Depois da igreja não encontramos nada mais que mereça ser relatado, além das ruas e pontes já mencionadas.