terça-feira, 22 de junho de 2010

A experiência dos albergues

Bom, há dias estava querendo fazer um post sobre os albergues, mas esperei a ultima parada para ter uma dimensão real sobre cada um. A verdade é que a estadia em albergues vai a extremos. Enquanto em Paris tivemos uma experiência terrível, em Bruxelas nos sentimos em um hotel de boa qualidade. Por isso, nada melhor do que estudar muito as possibilidades antes de escolher ficar em um ablegue ou em um hotel. Basicamente a diferença de um albergue para um hotel é que os quartos são compartilhados. Mas a diferença de qualidade de serviço pode variar muito. Vou descrever pra vocês um pouco da experiência em cada cidade.

LONDRES: Em Londres ficamos no Acacia Hostel. O forte do albergue é a localização. Ele fica no distrito de South Kensington. Londres é dividida em sub-cidades e essa região é próxima de grandes pontos turísticos da cidade, como o Hyde Park e o Museu de Victoria e Albert. Além de ficar próximo da parte comercial da cidade, dá pra ir andando pra vários lugares importantes. O albergue é administrado por um Indiano muito educado e gentil. Em tudo que ele pôde nos ajudar ele o fez. Desde a me deixar usar o computador disponível para os hospedes após o fechamento da recepção, até mesmo para conseguir um bom desconto para nós em um taxi para o aeroporto (que nem pegamos). A chave do quarto fica nas mãos do hóspede, que deposita 10 libras pela chave e as recebe de volta quando entrega. O quarto onde ficamos não tinha muito conforto. Eram 4 beliches, ou seja, no máximo 8 pessoas no quarto. Havia ainda um banheiro dentro do quarto, esse tb muito pequeno e simples. Haviam armários onde se podia colocar a bagagem, mas eles estavam quebrados, por isso tivemos que deixar nossas mochilas sobre a cama durante os dias que passamos no albergue, contudo não tivemos qualquer problema quanto a isso. O principal ponto fraco do Acacia é o café da manhã. Todos os dias em que estivemos hospedados lá nos serviram torradas onde podíamos escolher entre passar geléias ou margarina (essa ultima por sinal muito saborosa). Além das torradas tinha nescafé para vc fazer se quisesse, cereais matinais (tipo sucrilhos), leite e nada mais. Por todas as dependências do albergue havia carpetes muito bem cuidados, pois eu não senti qualquer sinal de poeira (e olha que meu nariz é muito sensível com isso)O prédio onde fica o Acacia é bem antigo, possivelmente com mais de 100 ou 200 anos. Ficamos no subsolo. O ponto mais forte do Acácia, além da localização, foi a tranqüilidade. O albergue possui portas corta fogo, que além de isolar o fogo em caso de incêndio, ainda proporciona um excelente isolamento acústico, ainda mais no subsolo, lá nem a internet Wifi chegava. Por falar em Wi-fi, apenas em Londres e em Bruxelas dispomos desse serviço sem nenhum ônus.

PARIS: Em Paris ficamos no Three Ducks Hostel. Pra resumir o albergue de Paris posso dizer que se a gente tivesse dormido na estação de metrô talvez tivesse sido melhor. O albergue é caro e sua estrutura é caótica. A chave do quarto fica na recepção sempre que não tem ninguém no quarto. Por isso toda vez que se chega é preciso pegar a chave. No quarto que fiquei tinham 3 beliches, mas mal cabia uma cama. Muito apertado. Como se não bastasse, a recepção do albergue funcionava como um bar até as 2 horas da manhã. O prédio possui um vão central de uso comum. Lá tem algumas mesinhas para o pessoal sentar e usar seu computador (próprio) ou comer algumas coisa, enquanto espera para usar os banheiros comunitários. Na verdade esse vão dá acesso a todas as dependências do albergue e para todos os quartos do térreo. As escadas que dão acesso aos andares superiores são uma piada. Tem-se a impressão de que se vc soltar um peido a porra toda desaba. Horrível. Pra piorar mais ainda, é comum o pessoal que chegou da rua por volta de 1 da manhã ficar nesse vão central. Teve um dos dias que eu não consegui dormir pq o local virou uma verdadeira boate. Aliás, uma zona!!! O café da manhã era um pouco melhor que o do Acácia. Serviam pães e um croissant, além de café, achocolatado, leite e afins. Tinha ainda geléias e manteiga. Nada que valesse o desconforto. Eu não recomendo pra ninguém aquele lugar. Depois ficamos sabendo que ele é daquele jeito pq há poucos albergues em Paris. Quem nos disse foi uma colega de quarto brasileira, em Bruxelas. Segundo ela é possível ficar em Hoteis de Paris pagando menos do que pagamos no Ducks, fiquei revoltado.  

BRUXELAS: Em Bruxelas ficamos no 2 GO 4. Logo na entrada do albergue se sente a diferença. O prédio é moderno e super bem decorado, tem até elevador (eu não usei a escada em momento algum. Aparenta um lugar com alto astral. Pra complementar, a recepcionista é extremamente educada, na verdade uma doce de menina. Antonela é seu nome. A chave dos quartos, na verdade, é um cartão magnético, pelo qual se deposita 10 euros e tem-se acesso irrestrito as dependências do albergue. Os quartos são bem amplos. O que a gente ficou tinham apenas 3 beliches e o colchão da cama, além de bastante confortável, ainda era enorme. Um conforto danado. Também havia um banheiro dentro do quarto. Na verdade uma cabine com chuveiro, outra com a privada e uma pia externa. Excelente. Assim como no Acácia, havia carpete por quase todo o albergue. A área de convivência, onde as pessoas podiam se reunir, era bem ampla. Nela tinham 4 computadores novinhos, onde se podia usar internet gratuitamente, além do próprio Wi-fi free. Como nada nessa vida é perfeito, o albergue não servia uma café da manhã de verdade. Apenas disponibilizava água quente, achocolatado (delicioso), café solúvel e chá. Além de uma máquina que vende refrigerante e uns salgadinhos. Para comer mesmo vc poderia usar a cozinha super equipada. Microondas, fogão, talheres, forninhos e muitos outros apetrechos de cozinha. Pra resumir, o 2GO4, mesmo sem café da manhã, foi o melhor albergue que ficamos. 

AMSTERDAM: Em Amsterdam ficamos no StayOkay Stadsdolen. O albergue é muito bem estruturados, mas mais parece um alojamento. Os quartos são enormes, mas possuem 10 beliches, logo, 20 pessoas por quarto. É o pecado do local. Pois as outras coisas são razoavelmente boas, exceto o fato de não ter wi-fi gratuita e a paga ser extremamente cara. Os banheiros tem dimensões compatíveis com os tamanhos dos quartos, e obviamente não ficam dentro deles. Cada andar tem um complexo com vários sanitários e chuveiros (lembra um presídio). Antes de cada quarto tem uma parede com a quantidade de armários exatamente igual a quantidade de camas, no nosso caso, 20 armários. Nele vc coloca suas coisas (e cabe muita coisa) e tranca com um cadeado que vc traz de casa. A gente comprou um na rua. Assim como em Bruxelas, as chaves dos quartos são cartões magnéticos. A diferença é que não precisamos pagar por eles. O ponto forte deste albergue é o café da manhã. Eles servem vários tipos de pães de forma, vários tipos de geléias, creme de avelã a vontade, queijos, 2 tipos de presunto, café, suco, chocolate quente e outras coisas. É uma belezura. Se não fosse pelo excesso de gente nos quartos, seria perfeito. Afinal além de tudo isso, o albergue fica bem próximo do centro da cidade. Esse albergue faz parte de uma rede. Existe uma outra unidade no Vondelpark, que segundo soubemos é bem melhor que esse aqui, portanto deve ser muito bom.

Bom, essa foi a nossa experiência. É claro que poderia ter sido melhor ou pior se tivessemos ficado em locais diferentes. O fato é que os albergues são pontos de apoio para pessoas que viajam como nós. Mais interessados em curtir a cidade em si do que aproveitar a estadia no albergue. É uma opção bastante barata e pode valer muito a pena. Entretanto é preciso escolher com muita calma e paciência. Procurar referências e conselhos. Ao contrário do que muitos me disseram, eu continuo com meus 2 rins aqui, intactos. Foi tudo tranqüilo, pelo menos até aqui.


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