Último dia em Roma. Toda vez que eu pensar em Roma, depois de vir aqui, vou ter na mente apenas uma coisa, fila. Tudo que se vai fazer aqui tem uma fila. Na verdade o problema não é ter fila, aliás isso é uma ótima forma de organização. O problema é que as filas aqui são assustadoras, sobretudo no forte calor do verão.
Nós íamos visitar a famosíssima Capella Sistina, mas antes passamos na Piazza Della Repubblica, que fica ao lado do terminal onde pegaríamos o ônibus para o Vaticano. A referida piazza (praça) é linda, por sinal as praças aqui são realmente muito bonitas. No centro da praça há uma grande fonte de água, outra grande característica de Roma, há sempre uma fonte por perto, seja para beber água potável, seja para apreciar a dinâmica das águas.
Depois de alguns minutos na Piazza Della Repubblica, tomamos o ônibus 64 e seguimos para o Vaticano. Dentro do ônibus uma americana (linda, por sinal) me pediu informações sobre em que ponto descer para chegar ao Vaticano. Eu disse que também estávamos indo pra lá e ela colou em nós. Durante o trajeto conversamos um pouco. Ela me disse que está há 4 meses morando na Suiça a trabalho e que somente agora pôde tirar umas férias. Note que ela afirmou isso como se trabalhar 4 meses sem férias fosse uma coisa absurda... (não conhece o Brasil mesmo....) De qualquer modo deixei-a na Praça do Vaticano e recomendei-lhe os lugares que deveria visitar, inclusive a própria Capella Sistina, para onde eu e Dinha estávamos indo.
Depois de deixar a gringa, seguimos para a tão falada Capella. Acontece que a cerca de 1,5 km da entrada do Museo di Vaticani, onde fica a Capella, estava o final da fila. O jeito foi perfilar e aguardar. Bom... pelo menos teve um pouco de diversão. Assistimos um engavetamento entre um Smart (supercompacto europeu), um Seiscento (da fiat) e um Navara (equivalente à Nissan Frontier). Embora ninguém tivesse se machucado e até mesmo os carros sofreram poucos danos, houve uma pequena confusão. A fila andou pra longe do local e eles ficaram lá, atrapalhando o trânsito.
Ao longo da fila observei como o povo é escroto aqui. Um mundo de gente na fila, e uns guias vendendo um passe para cortar a fila. Você contrata o guia, paga bem mais caro e com isso obtém o direito de furar a fila. É brincadeira isso??? Já não basta a entrada custar 15 euros por pessoa, ainda é preciso pagar mais 35 euros por pessoa para ter um guia e furar a fila??? Afff... sem nexo. Mas a igreja Católica é assim infelizmente. E o Vaticano é a congregação da mentira e da hipocrisia. Enquanto ela fala tanto da necessidade do cristão ser generoso e compartilhar sua riqueza, ela própria cria um mercado gigantesco que, pelas minhas contas, arrecada cerca de 600 mil euros por dia apenas com ingressos. Isso sem contar os livros, lembracinhas e outros. Enquanto a Igreja diz que é preciso ajudar ao próximo, dentro dos umbrais do Vaticano há uma fortuna em jóias e outros artefatos muito valiosos. Tudo por ostentação, coisa sem nenhum significado real. E o que eles fazem pela sociedade com tudo isso???
Eu fico pensando, será que o Deus para o qual eles fazem isso aprova esse comportamento??? Quem sou eu para jugar, não é? Crença é crença.
Depois de enfrentarmos uma fila de mais de 2 horas, finalmente conseguimos adentrar o Museo Di Vaticani. Na verdade muito pouca gente explora realmente o Museo, a maioria vai direto para a Capella Sistina, assim como nós fizemos. Entretanto não conseguimos deixar de passar por belas galerias, com muitas obras sacras no teto e nas paredes. Uma delas parecia um verdadeiro mosaico de pinturas. Lembra um pouco as galerias do Palácio de Versalhes, na França. Para chegar à Capella em si, passamos por um acesso um pouco apertado, onde ouvimos muito avisos sonoros dizendo, em diversos idiomas, que dentro da Capella não é permitido tirar fotos, falar alto, usar roupas descompostas, etc.
Sinceramente, não vi nada demais na Capella Sistina. Que é bonito alí dentro, ah isso é incontestável. Mas tudo que ouvimos é que é um lugar sublime, que os anjos saltam das pinturas, que a pessoas se sentem leves, puras. Num senti nada disso. É uma grande sala, cujas paredes e teto foram completamente pintados. As pinturas são lindas sim. Inclusive algumas bem famosas. Mas nada que me provocasse uma sensação nem próxima do que disseram que seria. Confesso que fiquei desapontado. Dinha teve a mesma impressão. Muita fama por nem tanto assim. Contudo acredito que valeu a pena, pois trata-se de um patrimônio mundial muito relevante para a história. Uma vez que as gravuras mostram acontecimentos do cristianismo, inclusive dizem que tem alguns segredos alí, mas só o autor para confirmar.
Infelizmente não podia fazer fotos dentro da Capella. Mesmo assim fiz umas fotos escondidas que não ficaram muito nítidas, mas que dá pra ter uma ideia do local.
Depois da Capella Sistina fomos almoçar em um restaurante próximo ao Vaticano. Comemos lasanha, frutos do mar (Dinha) e um vitelo (eu). Nada fantástico, mas uma comida saborosa. Ao nosso lado sentou uma família americana. Como a matriarca era nitidamente a líder (embora quem pagou a conta foi o marido) e muito comunicativa, acabamos conversando um pouco. Ela e o esposo traziam consigo seu casal de filhos. Eles são da Califórnia e estavam visitando Roma, depois iriam a Florência e então para Zurich, pegar o voo de volta aos EUA. Um pessoal agradável. Me disseram que no hotel onde estavam tinha uma delegação do Brasil de futebol de praia. Eu não faço ideia do que se trata, talvez seja algum torneio, sei lá.
Depois do almoço retornamos ao hostel. No caminho passamos para agendar nosso taxi para o Aeroporto amanhã. Como vamos para o aeroporto às 3 e meia da manhã, temos que ir de taxi e isso nos custou muito caro, 60 euros para ser mais exato. Uma facada. Agora é arrumar as coisas e seguir para o nosso último destino, Veneza.
Capela Sistina
Capela Sistina
Capela Sistina
Capela Sistina
Capela Sistina
Capela Sistina
Capela Sistina
Capela Sistina
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