quarta-feira, 22 de junho de 2011

Veneza: A chegada

A chegada a Veneza foi um pouco complicada. Acordamos por volta das 2h e 50min da manhã em Roma, nos arrumamos e descemos ao térreo para aguardarmos o carro que nos levaria até o aeroporto. Havíamos marcado, no dia anterior, para as 3 e meia. Quando chegamos ao térreo e abrimos a porta do prédio, me deparei com uma prostituta, provavelmente negociando seu valor com um rapaz. Eu tinha que ficar na porta observando a chegada do carro. Ela ficou me encarando e perguntando se eu precisava de alguma coisa, enquanto isso Dinha estava dentro do prédio, junto com as malas. 

Depois de alguns minutos, nossa presença ali estava atrapalhando os negócios dela, então ela resmungou alguma coisa e se mandou. Eu continuei ali, esperando o carro. Por volta das 3h e 40mim (10 mim de atraso) comecei a pensar que a gente tinha tomado no cú, uma vez que pagamos a corrida adiantado (foi uma exigência do lugar). Na verdade o carro é de um outro hotel que oferece esse serviço aos seus hóspedes. 

Enquanto observada a rua, percebi que mais a frente, cerca de 200 metros, um carro havia parado e desligado o farol, como se procurasse alguém. Fechei a porta do prédio e corri lá. Era a nossa condução (Ufaa!!!!). Acontece que a rua que tem no nosso mapa é separada em 2 ruas e eu informei a rua errada. Imagine....

De qualquer forma conseguimos pegar o carro. E eu percebi que realmente valeu a pena o gasto. Pois foi uma viagem mesmo. Cerca de 40 minutos. É como se Roma fosse em Feira de Santana e o Aeroporto em Salvador. A mesma proporção. Só que a estrada naquele estilo europeia, com 3 faixas de cada lado e o acostamento.

Conseguimos chegar às 4 e 40 no aeroporto. Como o check-in só abriria às 5 e 20, aguardamos um pouco. No horário seguimos para o check-in, onde tivemos uma surpresa muito amarga. Nosso voo estava atrasado, e muito. Fomos remarcados para as 10h e 40mim (o horário inicial era 6h e 50m), ou seja, um atraso de quase 4 horas. Não teve outro jeito senão sentar e aguardar. 

Nesse meio tempo conhecemos um trio brasileiro (1 casal e a irmã do cara). O casal mora em Valencia, na Espanha, onde ambos cursam doutorado. A irmã veio visitar-lhes e estavam passeando pela Europa juntos. 

Conversamos sobre muitas coisas, principalmente as coisas ruins de Roma. Nesse meio tempo a CIA aérea nos ofereceu um lanche, um sanduíche com refrigerante. A companhia deles fez o tempo passar rápido. Logo seguimos para a sala de embarque e embarcamos mais uma vez com atraso. Só decolamos de fato por volta de 11 e meia.

Apesar do atraso, o voo foi tranquilo. Durante a viagem sentei junto a um grupo de 5 brasileiros que viajavam juntos. Eles meteram o pau em Roma e eu ajudei. E ainda ficamos trocando figurinhas sobre os locais que conhecemos, principalmente sobre Amsterdam. Eles foram lá, mas não viram quase nada.... pobrezinhos.... dei todas as dicas, para uma possível volta.

No desembarque, procurei seguir à risca o texto de "Como chegar ao hostel". Comprei uma passagem de ônibus. Peguei o ônibus indicado. No caminho foi difícil controlar o sono e o cansaço, afinal foi uma noite pouco dormida e uma manhã conturbada. Pouco deu para aproveitar do caminho. Salvo quando estávamos para atravessar a ponte que liga o continente à Veneza. Alí os olhos sequer piscavam... uma visão maravilhosa. Todos dentro do ônibus ficaram hipnotizados. Inesquecível. 

Descemos do ônibus em uma praça, já em Veneza. Alí tomamos um Vaporeto. Que é um ônibus barco. Mas tudo muito bem sinalizado. Já começaram aí as diferenças com Roma. Tomamos o vaporeto e descemos na estação (um cais) indicada no texto do hostel. O texto é muito preciso e detalhado, não foi difícil chegar ao local. Entretanto a chegada foi um pouco assustadora.

No local indicado no texto havia um prédio muito velho, mas muito velho mesmo, sem qualquer indicação ou placa. Só o número. Batemos à porta e ninguém respondeu. Continuamos batendo e nada. Descobrimos uma campainha. Mas nada... E agora??? Será que é aqui mesmo? pensei... Procurei ajuda com uns vizinhos. Um rapaz que trabalhava numa obra à frente tentou ajudar, leu o texto e disse que era ali mesmo. Até incomodamos um vizinho de lado pra ver se era alí, mas nada. Enquanto isso um grupo de japas passou conversando entre si, aparentemente procurando um outro hotel. Fiquei ligado na conversa deles e gravei numero do prédio que disseram. Qualquer coisa já tinha essa opção.

Como vi que não adiantava ficar alí. Escrevi um bilhete e preguei à porta. Pensei em ir comer alguma coisa e retornar mais tarde. Quando já estávamos indo em direção a uns restaurantes que alí há, chegou um pessoal. Retornamos e conseguimos entrar. Assim que subi as escadas e vi as instalações internas pensei: "Ehhh, quem vê cara não vê coração mesmo.... que lugar lindo". Sem dúvida é o melhor lugar que ficamos. Depois darei mais detalhes em um post. Fato é que em alguns minutos um dos donos do hostel chegou para nos receber.

O cara é muito simpático. Me perguntou pelo meu celular e disse que tinha ligado para 2 números e que até falou com alguém (???????????????), mas que a pessoa não entedia p.n. Verifiquei o telefone que ele ligou, em seu celular, e vi que era o número do INSS. Rimos muito pensando na cara do povo lá... Ele é uma figura e se chama Claudio. Ficamos conversando um pouco. Falamos sobre coisas do brasil que ele gosta, como Jorge Amado, Maria Betânia, Caetano e outras coisas. Em momento algum esse cara falou em Pelé, Ronaldo ou Kaka. Gostei muito dele. E ele falou até de Lula, disse que gosta muito dele, ao contrário do seu próprio presidente. Além disso me deu um mapa e um monte de dicas. Foi uma recepção esplêndida, sobretudo para uma primeira impressão horrível. De todo caso conseguimos nos instalar tranquilamente. Sem nos preocupar com nada, até mesmo o pagamento ainda não nos foi cobrado.     

Depois de tomarmos um banho, mesmo muito cansado, foi o jeito ganhar o mundo. Afinal Veneza é muito linda...


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